27.1.11

Cacos no Quintal

Hoje derrubei um vaso
lá no fundo do quintal de casa.
Os cacos, milhares,
podem pertencer a qualquer um,
inteiro (?) a mais ninguém.
Colei alguns pedaços,
outros ainda procuro.

Sabe Deus onde estarão.
...
Reconstruí, já, quase tudo...

Veja...

Desse lado
nem se nota...

25.1.11

Santo Insano

teu santo tinha pés de barro
e ruiu do andor em que era carregado.
seu altar promíscuo já nao merece mais oferendas
e a descofiança ronda seus milagres...
teu santo não era santo,
era santo do pau oco,
imperfeito como os mortais,
pecou como estes
e pede perdão como estes.
teu santo não era santo 
nem nada
era você e pra você
imperfeito como você
e, enquanto caia de seu andor,
teu santo chorava
pelo peso da perfeição em seus ombros,
pelo tombo de cair com seus pés de barro,
e pela tristeza de saber que ja nao era mais santo
nem mais você,
nem era mais nada...

24.1.11

Somos humanos ou dançarinos?

somos humanos ou dançarinos?
a beira do abismo
com os pés em um eterno balet.
o erro e o acerto sao questao de tempo
e os juizes virão...
me comportarei como o padrão?
dançarei segundo suas danças?
ou criarei meus próprios passos?
e se cair?
e se acabar?
nada mais importa
não ha mais o que perder
a musica ainda toca
e não posso me recusar a dançar...
somos humanos ou dançarinos?
é a vida ou a valsa?
a beira do abismo me arrisco
minha cabeça teme
mas eu mesma me trouxe aqui.
abismo que cavei com meus pés...
dançando!